Na sociedade da informação em que vivemos hoje,
há uma cultura informático-mediática que altera os significados das nossas
relações com os meios e o resultado disso é a criação de novos formatos de comunicação.
A convergência das tecnologias e dos meios de comunicação é responsável pela
maior parte dessas transformações. Em toda a cadeia produtiva da comunicação, o
uso da tecnologia torna-se imprescindível para a sua operação, desde a sua
concepção até a transmissão e a recepção de dados.
A nova infra-estrutura de
comunicações criada pela digitalização baseia-se na expansão das tecnologias de
informação, que propiciam a convergência entre telecomunicações, mídia e
informática, multiplicando a capacidade de transmissão de conteúdos. Os sinais
de áudio, vídeo e dados, que antes eram tratados e processados
independentemente, passaram, com a digitalização, a integrar um mesmo sistema
de dados com capacidade infinitamente maior de difusão, sem perda de qualidade.
A comunicação digital permitiu a conversão de sons, imagens e textos em
formatos legíveis por computador, possibilitando a integração on line cada
vez maior entre os meios. Além disso, na comunicação digital, um único meio de
comunicação pode ser transformado em vários canais simultaneamente, passando a
ser um “canal inteligente”.
O cerne das mutações comunicacionais é a
convergência entre as tecnologias digitais, os recursos multimídia e a
realidade virtual. O espaço cibernético, disposto pelas comunicações
interativas, cria um ambiente para o desenvolvimento de uma inteligência
coletiva. A principal função dessa inteligência, segundo Lévy, seria “a criação
de uma sinergia entre competências, recursos e projetos, a constituição e
manutenção dinâmica de memórias comuns, a ativação de modos de cooperação ágeis
e transversais, a distribuição coordenada dos centros de decisão”.
Baseado nisso, podemos dizer que o que estamos
testemunhando no campo da comunicação contemporânea é a dissolução de
fronteiras entre os setores. Essa convergência tecnológica possibilita uma
interatividade entre todos os meios, provocando, assim, a grande transformação
na maneira como se cria, produz e transmite comunicação.
À medida que essa configuração se cristaliza,
cresce a diversidade de ofertas de meios, enquanto os recursos interativos
remodelam a relação entre a mídia e o público. Nesse contexto, alteram-se a
natureza dos meios e a forma das mensagens, que passam a simular a realidade em
diferentes dimensões para ganhar a atenção do consumidor e persuadi-lo. Este,
por sua vez, deixou de ser simplesmente um receptor passivo para tornar-se um receptor-emissor ativo, capaz de
interferir no processo de comunicação, alterando as relações de poder
previamente estabelecidas. Essa é outra implicação da convergência das
tecnologias e da mídia.
Um novo capítulo da história da comunicação e
dos homens, no qual as novas tecnologias são protagonistas, afetando
diretamente nossas vidas e a forma como nos comunicamos está sendo escrito.
Nesse contexto, não seria descabido dizer que o audiovisual tornou-se uma linguagem
universal. Afinal, a performance de todas essas novas mídias e
tecnologias incorpora o audiovisual como base.
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