terça-feira, 11 de junho de 2013

Linguagem universal


     Na sociedade da informação em que vivemos hoje, há uma cultura informático-mediática que altera os significados das nossas relações com os meios e o resultado disso é a criação de novos formatos de comunicação. A convergência das tecnologias e dos meios de comunicação é responsável pela maior parte dessas transformações. Em toda a cadeia produtiva da comunicação, o uso da tecnologia torna-se imprescindível para a sua operação, desde a sua concepção até a transmissão e a recepção de dados. 
A nova infra-estrutura de comunicações criada pela digitalização baseia-se na expansão das tecnologias de informação, que propiciam a convergência entre telecomunicações, mídia e informática, multiplicando a capacidade de transmissão de conteúdos. Os sinais de áudio, vídeo e dados, que antes eram tratados e processados independentemente, passaram, com a digitalização, a integrar um mesmo sistema de dados com capacidade infinitamente maior de difusão, sem perda de qualidade. A comunicação digital permitiu a conversão de sons, imagens e textos em formatos legíveis por computador, possibilitando a integração on line cada vez maior entre os meios. Além disso, na comunicação digital, um único meio de comunicação pode ser transformado em vários canais simultaneamente, passando a ser um “canal inteligente”.
O cerne das mutações comunicacionais é a convergência entre as tecnologias digitais, os recursos multimídia e a realidade virtual. O espaço cibernético, disposto pelas comunicações interativas, cria um ambiente para o desenvolvimento de uma inteligência coletiva. A principal função dessa inteligência, segundo Lévy, seria “a criação de uma sinergia entre competências, recursos e projetos, a constituição e manutenção dinâmica de memórias comuns, a ativação de modos de cooperação ágeis e transversais, a distribuição coordenada dos centros de decisão”.
Baseado nisso, podemos dizer que o que estamos testemunhando no campo da comunicação contemporânea é a dissolução de fronteiras entre os setores. Essa convergência tecnológica possibilita uma interatividade entre todos os meios, provocando, assim, a grande transformação na maneira como se cria, produz e transmite comunicação.
À medida que essa configuração se cristaliza, cresce a diversidade de ofertas de meios, enquanto os recursos interativos remodelam a relação entre a mídia e o público. Nesse contexto, alteram-se a natureza dos meios e a forma das mensagens, que passam a simular a realidade em diferentes dimensões para ganhar a atenção do consumidor e persuadi-lo. Este, por sua vez, deixou de ser simplesmente um receptor passivo para tornar-se um receptor-emissor ativo, capaz de interferir no processo de comunicação, alterando as relações de poder previamente estabelecidas. Essa é outra implicação da convergência das tecnologias e da mídia.
Um novo capítulo da história da comunicação e dos homens, no qual as novas tecnologias são protagonistas, afetando diretamente nossas vidas e a forma como nos comunicamos está sendo escrito. Nesse contexto, não seria descabido dizer que o audiovisual tornou-se uma linguagem universal. Afinal, a performance de todas essas novas mídias e tecnologias incorpora o audiovisual como base.



Marcia Nogueira é formada em Comunicação Social, com habilitação em Publicidade e Propaganda, pela UFPR. É especialista em Marketing, pela UNIFOR e faz parte da primeira turma de Educomunicação da FAE. É escritora de livros acadêmicos e infantis. Roteirista. Produtora transmídia. Consultora de criação, produção e implantação de projetos EAD, Universidades Corporativas e Sistemas de Ensino. Empresária.   

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